para Manuel Bandeira
O que eu adoro em ti
não é tua franqueza
Nem tua decisão ética de ser honesto com
o mundo
contigo mesmo
e comigo
O que eu adoro em ti
não é teu desespero pela justiça
não é teu olhar pulsante
teus cabelos macios
nem teus olhos
ah, teus olhos teus olhos teus olhos
O que eu adoro em ti não é tua lascívia
delicada, intensa, líquida
nem a malemolência do teu sotaque
O que eu adoro em ti não é tua imensidão de mar
Nem de amor
O que eu adoro em ti
meu amor
é
a
V
I
D
A