para Ísis Fernandes
A primeira vez que vi Teresa
ela flutuava
era uma mancha
linda
quase amorfa
Inteira branca,
saltava do fundo negro
como um gotejamento aleatório de Pollock
como uma escultura minimalista
A primeira vez que a vi
Teresa era uma inteireza de massa
Flutuante entre ossos
nadando na escuridão líquida
fixada entre vísceras
A primeira vez que vi Teresa
a amei profundamente
Não apenas pela potência
da transformação de si
Mas por sua existência no presente
Teresa é pura reinvenção
que se faz no agora
para sempre
em mim
em nós
e em toda parte.