No cenário da literatura atual, a norte-americana tem um lugar de destaque, no entanto, ainda não é de todo bem vista por uma série de fatores, entre eles o preconceito. Mas por que “preconceito”, essa palavra que encerra, em si só, um pesado fardo? E preconceito quanto ao quê? Muito simples: por conta da ideia disseminada de que a literatura norte-americana tornou-se excessivamente comercial, num país que se tornou mais conhecido por exportar incontáveis Best-Sellers do que por apresentar ao mundo literário grandes nomes da literatura, que produziram verdadeiras obras-primas da literatura mundial.
Comparada às escolas literárias da Europa, principalmente à Inglesa, Francesa, Alemã e Italiana os Estados Unidos são um país muito recente e que só teve sua verdadeira identidade criada a partir do século XIX, quando foi citada, pela primeira vez, com o termo “literatura americana”, muito mais num sentido depreciativo do que num respeitoso, uma vez que se procurava, com tal termo, depreciar e diferenciar essa nova literatura da “literatura inglesa”. E foi justamente por conta de tal depreciação, que surgiu o primeiro desafio dessa nova de literatura: se criar, se definir, escapar dos padrões europeus e construir sua própria identidade, a fim de se fazer, no verdadeiro sentido da palavra, Americana, não mais apenas uma extensão da literatura inglesa.

Waters of March | Atibaia | Jaime Scatena

Shostakovich: Piano Trio n. 1

