
As cidades e suas estranhas danças
são movimentos, seus desvios, sua velocidade, sua lentidão.
Nas cidades há mulheres feito peões no salão,
uma luz de lua, parece que rodopia,
casas embriagadas nos córregos
balançam no fim da tarde – bailarinas.
Há um ritmo e uma disritmia,
há um batuque da cidade:
incita o salto
(da ponte, do depressivo, do solitário),
incita o pas de deux, entrée, adage, coda,
Balancen, Drehungen.
As cidades sapateiam as gentes.
As cidades valsam com as gentes.
As cidades frenéticas são incansáveis raves:
suas luzes, seus drogados nas esquinas,
seus faróis pulsantes,
sua música de britadeira.
E as prostitutas nas esquinas, em todas as esquinas
a rebolar? É Funk!
Artistas em diálogo: Ygor Raduy (Londrina), Gabriela Canale (São Paulo) e Ísis Fernandes (Berlim/ em Göttingen)