Extensão de espaço por onde a cidade,
Extensão das coisas guardadas na cidade.
Vão diagonal por onde os prédios,
Por onde o céu cinza-azulado da cidade,
O céu róseo do entardecer na cidade:
O tempo que a cidade aberta inventa –
A sucessão de seus tempos,
Os prédios em fileiras dispostos,
Seus viadutos, seus desertos –
Que a tarde na cidade ainda anuncia o
Cortejo dos ventos, os céus atravessados
De vento – e o concreto de suas muralhas
Recita uma prece, mas é o mesmo vento,
O mesmo espaço inabitado, o mesmo vão:
A cidade tem seus firmamentos.
artistas em diálogo: fotos de Ísis Fernandes (Berlim), Gabriela Canale (São Paulo) e texto de Ygor Raduy (Londrina).