Londrina, 18 de abril de 2010, por Ygor Raduy.
São Paulo, 18 de abril de 2010, por Gabriela Canale.
É preciso achar um ponto de partida. Começa-se, então, com a questão mais simples – o que é a cidade? Um agrupamento humano complexo, diriam alguns, tataraneta da aldeia. Aqui, porém, não se está em busca da cidade em chave sociológica. Busca-se a cidade em chave anti-sistemática – alguns diriam, em chave poética – e talvez seja uma boa pista. Mas a cidade não se deixa explorar tão docilmente. São necessárias ferramentas – visuais, textuais, auditivas – para extrair dela alguma substância. A cidade é uma malha esquiva, há astúcia em seus canais. Por isso, é preciso aprofundar o olhar. É preciso lançar mão não de um, mas de vários meios – mídias – que colaborem na exploração. O que significa: entre o olho do artista e a cidade existe um elemento intermédio, seja ele verbal, visual ou de outra espécie. Digamos que um texto possa dizer algo significativo sobre a cidade. Acrescenta-se a esse texto uma imagem fotográfica. Ao par texto-fotografia, adiciona-se um vídeo. E ao conjunto inteiro – texto, fotografia, vídeo – vem unir-se ainda um registro sonoro. O que resulta de tudo isso? Ainda não se sabe. A palavra-chave é: experimento. Pois não é verdade que toda arte tem seu quê de imprevisto, coragem, perigo, desafio, acaso, aventura? Se a cidade permite, se ela abre ao olhar seus complicados mapas, se ela está exposta, se está nua, encarnemos seu voyeur – experimentemos.
Ygor Raduy
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