Acende-se mais e mais a coragem do chefe e seus bravos: derrubam a golpes mortais, muitos selvagens. Ora decepam braços enfeitados com penas de pássaros, ora abatem com a lâmina reluzente cabeças altivas, faces e bocas pintadas de vermelho urucum, ora partem as frontes salientes entre as covas das têmporas e enchem o Tártaro triste dessas vidas sem rumo.

aprendendo a ser despassista com Pina Bausch | Vitoria | Gabriela Canale
Ganhei urucum da querida Moema Freitas. Com ela aprendi que nhenhenhem é o som do mar, na língua de um grupo de índios. Urucum macerado vira pigmento laranja. Com água vira tinta. No corpo fica vermelha, líquida. Cor de índio que dança. Cor do sangue que Mem de Sá derramou e José de Anchieta cantou. E tudo isso quem primeiro me contou com propriedade foi Nomis Oguh Rotiv. Caminhamos pela universidade, perguntamos, pintamos. DESPASSAMOS. Ganhamos imagens, companhia e afetos de Luisfilipe Porto. Aos poucos descobrimos como dizer que queremos ser livres. Dizer que respeitamos todos os povos assassinados e que não nos orgulhamos dos assassinos. Amanhã e depois tem mais.



barefooted and backward | London | R.Cambusano
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Publicado por Gabriela Canale
Multimedia artist envolved in urban art, art instalations, cinema, videodance, video and photography. Teacher in UNILA (Universidade Federal da Integração Latino Americana) Facebook: http://on.fb.me/gabicanale
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