Dentro de um vidro. Na tela do computador.
Entre as bordas de uma moldura negra eu guardo a foto dela. A guardo num requadro de minha janela.
Ela fica bem em frente ao meu computador, sobre a mesa do meu escritório-atelier. Ela só invade meu computador em poucos momentos, mas tomou conta de minha vida.
Ela ilumina de vida e afeto toda a sala. Ela mostra graça e curiosidade em sua pequena moldura na minha janela virtual.
Ganhei-a em Berlim, há 6 meses. Ela apareceu agora, quando cliquei na foto que Margareth havia curtido.
A foto é linda. Uma diagonal cruza a imagem e separa céu do pier antigo. Sim, a foto é linda. Uma moça numa moldura arredondada sub um ângulo pouco provável.
Um homem sem camisa avista o horizonte. Só há Ela na Imagem.
No fundo, acompanhando a linha diagonal que cruza a imagem, prédios de uma Berlim oriental. NÃO
É nitidamente verão. SE
Eu a imagino roubando a imagem em uma tarde insuportável de calor. SABE
Ela para a bicicleta, direciona uma das suas mil máquinas fotográficas para a paisagem. BEM
Fotometra com a rapidez de sempre. ONDE
E dispara de volta pra casa. ESTÁ.
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