“Moro em Patos de Minas, cidade de cem mil habitantes. A intenção do breve ensaio é mostrar que o progresso criou uma linearidade feia, composta de veículos, prédios, fios e asfaltos.
Essa linearidade faz com que a peculiaridade das cidades se dilua. As fotos foram tiradas em Patos de Minas, é verdade, mas tanto faz se eu dissesse que foram tiradas, por exemplo, em Feira de Santana ou em Londrina.
As pequenas cidades (é o caso da minha) já têm, ainda que em menor proporção, os elementos urbanos que compõem a geografia das grandes metrópoles. Em meio a esse mar de concreto, em que uma cidade qualquer pode se passar por qualquer cidade, dilui-se também, em meio aos caminhantes, a individualidade dos que passam.”