O domingo passa.
Devagar e ao seu tempo, passa.
Como um rio, pela cidade passa.
O barco, levado pelo vento, pelo rio, passa.
As pessoas banhando-se às margens do rio, como os barcos, passam.
Pela vida e pelas águas, as pessoas passam.
As águas do rio tornam-se nuvens e em forma de chuva, por outras cidades, passam.
Por edifícios e ruas de asfalto, caem, escorrem as águas.
Águas bentas nas igrejas, águas de domingo e comunhão.
Pessoas, por igrejas, de mãos dadas, passam.
Passa a vida, em nossos corpos e cidades.
Somos (nossos corpos e as cidades) meros veículos, por vezes deixados, esquecidos e abandonados, (desecho).
Pela vida, pelos corpos, pelos rios e cidades, tudo, eternamente, assim o domingo, passa.
Cities in dialogue: photos 1 and 2: Berlin (Ísis Fernandes); photo 3: Londrina (Ygor Raduy); photo 4 and 5: Ciudad de México (Juan Espíndola Mata); photo 6 e 7: Gabriela Canale (Bauru) and text (Luciana Franzolin).
esse foi um livro do domingo. como pode o domingo ser tao igual em todos os cantos? passando? passando a chuva na cidade que se cala no domigo? passando o barco, passando as gentes? será que só fica o lixo e as igrejas, essas construções absurdas, essas distorções humanas? eu vi passando em cada parte dessas imagens também o olhar de cada um de vcs, também nas imagens que aqui não se mostraram em luz e sombra, mas que se revelaram em texto!
um beijo meus queridos irmãos multigrafos!
Lindo! Lindo!