A cidade é o nosso intertexto. Todos são autores. Anônimos, ou não. Não há analfabetos na graphia das cidades. Crianças brincam, bailarinos esticam os corpos, punks se encontram na Rigaerstr com a Samariterstr. E a escrita invisível conforma o texto. Nós cristalizamos um milésimo disso, elaboramos uma cidade compartilhada, atemporal, sem espaço fixo.
Uma cidade nossa, mapeada pelos sentidos, que existe nas sensibildades. Não sabemos o nome dela. Não queremos que ela seja utópia. Não há, em ou para nós, uma cidade ideal. Há aquela que se nos apresenta. Aquela que devoramos curiosos e queremos montar, compartilhar, fotografar, exibir, unir. Não ter um nome para ela incomoda. Como saber deste lugar sem nome? Como existir nele? Adentrá-lo? Criá-lo?
artistas em diálogo: São Paulo- Gabriela Canale, Berlim-Ísis Fernandes